segunda-feira, 2 de março de 2009

Público x Fórmula do Campeonato

Com a final da Taça Guanabara com mais de 73 mil pessoas, voltam as discussões de como o mata-mata geram ais público que os pontos corridos, e eu, infelizmente, caí mais uma vez na arapuca de entrar numa discussão dessas, que nunca leva a lugar algum.

Serei rápido na minha opinião: a fórmula do campeonato não muda a média de público que os times têm, porque ir a um jogo de futebol está menos relacionado com a importância do jogo como se imagina.

De fato, se o jogo é importante, possivelmente mais pessoas irão ao jogo, mas essas pessoas são só as que vão a jogos importantes, muito provavelmente o desvio padrão entre a verdadeira média e o pico da amostra (o público do jogo importante).

Sendo assim, não é a importância dos jogos que tem que mudar (e realmente pouco muda em relação ao mata-mata e os pontos corridos). O que tem que mudar é o hábito de se ir ao estádio de futebol.

A prova é que o campeonato inglês, pontos corridos, tem média que chega a mais de 90% da capacidade dos estádios, enquanto o futebol americano, mata-mata, chega a um número próximo.

O jogo de futebol é um evento, e o que faz com que pessoas façam o consumo desse evento é a diferença entre os ganhos que se tem ao consumir o evento e os custos de consumi-lo. Passa pela disputa, sim, mas passa por toda infra-estrutura e comodidade de um evento como o cinema. Se os ganhos são maiores que os custos, consome-se o evento.

E claro (para não ser só da Escola da Escolha Racional), passa pelo costume de se ver um jogo de futebol - o que é difícil para muitos assimilarem, mas o brasileiro não tem o hábito de ir ao estádio como se imagina que ele tenha.

Peço desculpas pelo post sem nada de novo, mas faço o apelo para que paremos de perder tempo com essa discussão.

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