segunda-feira, 5 de abril de 2010

Templo do Futebol

Nessa semana o presidente do Corinthians surpreendeu-nos novamente com a notícia de que pretende chamar o Palmeiras para a construção de um novo estádio, a ser dividido pelas duas equipes.

A idéia é dividir os custos que uma arena multiuso pode ter, e aumentar a utilização, com o dobro de partidas no estádio.

Acho a divisão de estádios uma boa idéia, mas, neste caso, ainda não me convenceu. O Palmeiras já tem sua casa, a construção de sua Arena está em andamento (as reformas no clube já começaram) e não apareceu ainda um projeto para que possa se ver o que realmente é planejado.

Agora, se a idéia é dividir, acredito que o São Paulo poderia entrar nesse esquema, e os três times poderiam comprar o Pacaembu da Prefeitura e construirem um grande Templo do Futebol.



Lá já está o Museu do Futebol, e a presença dos três times, numa região central da cidade, seria fantástica. Além de aumentar a utilização do estádio (seriam até 4 partidas por semana, já que nenhum dos dois dos três times jogam no mesmo dia), aumentaria a possibilidade de marketing do local: um acordo como o do Arsenal e Fly Emirates poderia ser traçado, com grandes ganhos para os três times.

Além disso, a região poderia realmente tornar-se um templo do futebol, com grande apelo turístico, ainda mais se uma reforma na Pça. Charles Muller entrasse no projeto.

Sonho!

quinta-feira, 25 de março de 2010

Fora do G4, por favor!

Nessa quarta, Palmeiras deu adeus ao Campeonato Paulista. São mais três partidas para cumprir tabela, e fim. Um resultado adverso contra o Paysandu e o primeiro semestre acabou.

Ao mesmo tempo, o Corinthians acaba de sair do grupo dos 4 que vão para as semi-finais. Não sou daqueles que acha que os campeonatos estaduais deveriam acabar: particularmente acho que se houvesse boa vontade, principalmente da mídia, o campeonato poderia ter mais importância.

Porém, nos momentos que Palmniras e Corinthians passam, ficar fora do mata-mata do Paulista é a melhor coisa que podem fazer.

O Palmeiras passa por uma fase terrível. Acho que a troca de técnico foi errada, mas não acho que o Muricy teria arrumado a equipe muito melhor do que ela está hoje. O caso é que o Palmeiras precisa de tempo para trabalho: sem o Paulista, ganha semanas de descanso e, além de sair um pouco do foco, o Antônio Carlos pode montar a equipe melhor, pensando na Copa do Brasil.

O Corinthians tem dois jogos importantes durante as semi-finais do Paulista: os dois últimos da fase de grupos da Libertadores. Hoje com 7 pontos, o Corinthians pode fechar como primeiro na classificação geral, jogar todas as partidas de volta em casa e pegar, pelo menos nas oitavas, um adversário mais fraco. Não tão mal quanto o Palmeiras, o Corinthians também precisa arrumar o time, achar o melhor esquema e entrosar os jogadores, coisa difícil de se fazer com as mudanças do começo do campeonato.

Além disso, se um dos dois (ou até os dois) passassem para os playoffs do Paulistão, pegaria o Santos, um time melhor montado no momento. Perder uma vaga num clássico tem grande repercussão, e, com o futebol que os times apresentam, existe a chance de uma derrota categórica para os Meninos da Vila. Isso seria pior do que não ir para as semi-finais.

Dá para ganhar os dois campeonatos do começo do ano, como o Corinthians fez ano passado. Mas, para isso, o time tem que estar bem montado, e não bagunçado, como Palmeiras e Corinthians estão. Ninguém vai jogar para perder, mas às vezes a derrota é estratégica.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Neymar e Ganso: já deu!

Particularmente, vejo Neymar e Ganso como as maiores revelações em suas posições nos últimos anos. São jogadores realmente talentosos, cada um para sua posição: Ganso é técnico e tem uma visão de jogo fantástica, lembra o Riquelme. O Neymar é muito habilidoso e rápido.

Ambos estão em grande fase, melhor do que no ano passado. São jovens, então é de se esperar que oscilem, o que tem acontecido pouco para a idade deles.

Além disso, não dá para não esperar que eles se tornem grandes jogadores. É mais racional esperar que um jogador que se destaque ainda novo torne-se um nome de destaque do que um jogador que não se destaca.



Agora, isso é tudo que se tem para falar de Ganso e Neymar agora. Não há porque falar mais deles. Todo jogo do Santos fala-se a mesma ladainha e perde-se tempo da TV à toa. Todos já sabem disso, e qualquer um que falar isso está enganando na sua posição de comentarista na TV. Enganando por repetir a mesma coisa de novo, quando ele é pago para dizer coisas que o telespectador não sabe: afinal, ele é um especialista.

Não é uma crítica ao Santos, que vejo como o time mais bem montado no Brasil. Mas, ao invés de sabermos quais são os pontos fortes desse time, onde ele se diferencia, só ouvimos que Ganso e Neymar são diferenciados, que podiam ir para a Copa e bla-bla-bla.

Trabalho!

terça-feira, 16 de março de 2010

A Europa cai por seus ídolos?

Hoje, eliminação do Chelsea da UCL, mais um gigante fora das quartas-de-final. Claro que, no confronto contra a Inter, um grande iria cair. Mas, na história recente, o Chelsea esteve entre os quatro melhores da Europa nos últimos três anos, enquanto a Inter não passou da primeira fase do mata-mata.

A partida de hoje foi da Inter. O Chelsea teve 5 minutos de pressão, no final do primeiro tempo, onde a defesa da Inter perdeu a força que teve durante os outros 175 minutos do confronto. O Chelsea não entrou a área da Inter.

Além da defesa sólida que a Inter tem, o Chelsea com Lampard e Ballack tem um meio-de-campo talentoso, mas inconstante, pela idade dos meias. Só talento não basta, ainda mais quando ele não aparece em todo o jogo.

Mourinho foi melhor do que Ancellotti na organização da equipe. Julio Gomes, da ESPN, vai ao encontro da afirmação num belo post que fez sobre o jogo: Chelsea perdeu esse jogo quando demitiu Mourinho.

Ele também diz que a demissão de Mourinho foi causada por uma discussão com John Terry. Terry parece mandar no Chelsea, foi flagrado vendendo tours pelas dependências do clube onde só jogadores deveriam transitar, e nada foi feito. Na briga entre ele e Mourinho, o zagueiro levou a melhor, como parece ter levado a melhor dentro do clube a bastante tempo.



Julio Gomes também fala do Real Madrid, que também tem um dono: Raul Gonzáles. Cicinho apareceu um dia desses falando que o Raul manda nas coisas por lá, e sempre que uma crisa bate no Santiago Bernabéu, ela está relacionada ao Raul e o técnico, se o Raul vai para o banco, ou com o jogador e quem coloca ele no banco, como o complô "anti-brasileiros" da época do Luxemburgo. Felipão já falou que o problema era o Raul, e ele não falaria à toa.

Nem jogador nem técnico tem que mandar no clube. Cada um tem sua função. Jogadores com prestígio dentro do clube tem que perceber que são jogadores, e não diretores técnicos. Do outro lado, o técnico responde à diretoria: achei correta a decisão do Belluzzo de demitir o Luxemburgo quando ele falou que o Keirrisson não joga no time dele: se o jogador estiver no elenco e a diretoria achar que ele pode adicionar, não é o técnico que manda embora.

Aqui no Brasil é difícil ver essas coisas acontecerem. A única história que sei foi a do Inter, depois do Mundial. galo assumiu o time e após uma breve passagem foi demitido. Perguntaram para ele qual era o problema do time, e ele disse: "alguns jogadores acham que são donos do time". A diretoria do Inter encontrou os problemáticos e se livrou deles: Fernandão foi para a Arábia e Iarley foi para o Goiás: deu entrevista chorando, pego de surpresa com a transferência.



Um foco de poder como um capitão prestigiado é problemático, pois o técnico não tem que negociar seus interesses toda hora. Além disso, um jogador desse tipo cria uma facção dentro do elenco, que passa a jogar pelos seus interesses, e não os do clube.

Por enquanto os times com "mandatários" não tem sucesso. Só tem duas formas de acabar com isso: venda ou aposentadoria. Real e Chelsea parecem esperar pela segunda opção, que pode custar muito tempo e dinheiro.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Robert

Seguindo meu último post, com um personagem que já havia sido mencionado.



Caio Ribeiro disse: "o Robert é importante para o Palmeiras, porque faz gols nos jogos decisivos". Então que o Robert só jogue nos jogos decisivos!

O Robert é um atacante mediano. Fez gols importantes no Palmeiras, mas perdeu gols ridículos e não tem a qualidade do Vagner Love, por exemplo.

Particularmente, como já disse, prefiro um jogador que faça mais gols do que um que só faça gols decisivos. Porque regularidade conta mais que estrela; quem é regular num bom nível é regular e pronto, e quem tem estrela precisa da benção no dia para aparecer.

Não dá para questionar os três gols feitos pelo Robert (o terceiro uma beleza, mesmo com a falha do goleiro), mas ele perdeu um gol feito, quando o jogo estava 3x2, a chance de matar a partida. O fato dele ter resolvido depois não significa que ele não perdeu uma oportunidade que um jogador na posição dele não poderia perder, mesmo tendo feito dos gols anteriormente, porque estes poderiam ter valido só um ponto.



Mas não há porque cornetá-lo (mais) em um dia de glória. Como os companheiros disseram: nada como um dia após ao outro, para mostrar que ele não é tão ruim como na partida contra o Sertãozinho, nem tão bom quanto na partida contra o Santos.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Craque joga bem contra time grande

Sempre que se discute a capacidade individual de alguns jogadores, principalmente que atacam, um argumento que sempre aparece, a favor ou contra (geralmente contra), é o de que "jogador quando é bom joga bem contra times grandes, e não só contra times pequenos".

Ultimamente esse argumento está muito relacionado à discussão sobre a ida do Ronaldinho para a Copa do Mundo, já que se fala disso todo dia. Para ele, geralmente o argumento é usado por quem defende que ele não deve ser convocado para a Copa, e será usado nesta segunda, depois do empate do Milan com a Roma em 0x0.

Particularmente, não gosto do argumento. Ele está amparado em falar que tal jogador joga melhor contra times piores do que contra grandes times, pela lógica simples de que o zagueiro da Internazionale é melhor que o zagueiro do Siena.

Primeiro, não é necessariamente verdade. Li uma entrevista do Ronaldinho, uma vez, em 2005/06, e ele falou que o zagueiro que jogou melhor contra ele era um cara de time pequeno, que eu não lembro quem era, mas ele fez questão de citar o cara. O cara não é melhor que o Sergio Ramos, talvez, mas este não foi páreo para o Ronaldinho nos 3x0 no Bernabeu.



Segundo, todo mundo sabe que o futebol é coletivo, e que ser o melhor não garante a vitória. Contra o Manchester United, logo depois do segundo gol o Ronaldinho dá uma bola para o Inzaghi, que livre bate por cima do gol. Se o Inzaghi faz, o Ronaldinho teria saído com um gol e duas assistências, e numericamente sua performance teria sido melhor. Então a participação do Ronaldinho no jogo é decidida pelo Inzaghi?

Terceiro, como já disse, decidir um clássico não é o bastante. O que o jogador precisa, para estar em boa fase é regularidade. Se é fácil jogar contra o Siena, porque o J. Baptista não se destaca? O Kaká está apagado jogando contra Xerez e Sporting Gijon, para fazer a comparação com um cara do mesmo nível.

A linha de raciocínio é: se o Ronaldinho vai entrar para decidir no caso de estarmos perdendo, ele tem que mostrar que decide contra os grandes times, já que se estivermos perdendo, será para um grande time. Faz sentido, mas aí você leva o Robert, que meteu dois gols contra o São Paulo. Ou o Marcelo, que hoje no jogo do Real Madrid conra o Sevilla deu passe para o gol.

Só que assim você faz uma aposta mais arriscada. Quer dizer, você torce para que o Robert faça o que ele fez uma vez na temporada, ao invés de apostar no Ronaldinho, que fez isso 10 vezes na temporada, e que é o jogador brasileiro que tem mais feito isso na temporada.

E não falo necessariamente do Ronaldinho, pode ser qualquer jogador. O Keirrisson saiu do Palmeiras, e chamam ele de PipoKeirrison, porque ele jogou mal contra Santos e Nacional, do Uruguai, calhando em duas eliminações do time no primeiro semestre. A torcida falou que ele fazia corpo mole e até hoje acham que foi boa sua saída. Só que aí você espanta um cara que fez 25 gols em 34 jogos por causa de quatro partidas em que o time todo jogou mal. Isso é burrice, e o Palmeiras paga até hoje, com o fracasso de Love e Robert.

Lembro uma vez que, perguntaram para o técnico Caio Jr. quem ele achava que era craque, e ele deu essa resposta:

"Hoje começo a achar que craque não é o cara que tem lampejos de genialidade, mas sim o que tem regularidada. Não é o cara que joga uma partida nota 10 e vai mal nas outras, mas sim aquele que joga a maioria das partidas nota 8".


Esse é o Ronaldinho hoje, o cara que joga a maiora das partidas nota 8.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Jovem Pan x Globo

Qualquer meio de comunicação onde há comentaristas de futebol já falou mal da Globo em algum momento, por motivos variados. Isso é comum, sempre há uma alfinetada na "televisão". Mas, nesse começo de ano há um capítulo novo nessa história.

A Jovem Pan está, abertamente, em guerra com a Rede Globo. A disputa começou quando a Globo acenou impedir que os jornalistas de outras emissoras entrassem no campo para fazer entrevistas. Na TV quase ninguém falou nada, já que ninguém transmite a partida. Já os meios de rádio transmitem as partidas, e foram prejudicados.

Os comentaristas da Jovem Pan cornetaram a Globo nos programas, falando que isso é falta de liberdade de expressão, chutando o balde. Enquanto isso, a rápido lançava editoriais durante a programação em que criticava a imoralidade das novelas da Globo, o que não contrasta da linha conservadora da rádio.

Esse lance é mais estratégico do que parece, já que a maioria das críticas contra a Globo são em relação aos horários da partida - definidos pela Globo. O argumento que se forma é: a Globo atrasa os jogos, prejudica o torcedor, para passar uma novela imoral para as famílias brasileiras.

E, como não poderia ser diferente, o foi pescado. Antes de Corinthians 2x1 Racing, no Pacaembu, o abre o jogo da emissora resumiu-se a parar torcedores na entrada do estádio e perguntarem do horário. Como não poderia ser diferente, todos reclamaram, e vários falaram que o jogo era tarde por causa de uma novela ruim.

Não há resposta aberta da Globo sobre o assunto. Particularmente, acho que é óbvio que a Globo faz o que quer no campeonato. Mas proibir os jornalistas de entrar no campo é um exagero. Abusar desses privilégios faz com que os meios de comunicação afetados transmitam as mensagens contrárias aos torcedores, que "descobrem" o problema.

A Jovem Pan não é do bem, também. Não falava mal da moralidade da Globo antes desses problemas, mesmo defendendo os valores familiares corriqueiramente. Estranhamente, as três primeiras propagandas do jogo foram do Governo do Estado (o que pode ser interpretado como uma ligação do governo com a rádio), do conhaque Dreher (valores morais e alcoolismo?) e das lotarias da Caixa (valores familiares e o vício no jogo?).

Cada um finge que engole o outro.