terça-feira, 16 de março de 2010

A Europa cai por seus ídolos?

Hoje, eliminação do Chelsea da UCL, mais um gigante fora das quartas-de-final. Claro que, no confronto contra a Inter, um grande iria cair. Mas, na história recente, o Chelsea esteve entre os quatro melhores da Europa nos últimos três anos, enquanto a Inter não passou da primeira fase do mata-mata.

A partida de hoje foi da Inter. O Chelsea teve 5 minutos de pressão, no final do primeiro tempo, onde a defesa da Inter perdeu a força que teve durante os outros 175 minutos do confronto. O Chelsea não entrou a área da Inter.

Além da defesa sólida que a Inter tem, o Chelsea com Lampard e Ballack tem um meio-de-campo talentoso, mas inconstante, pela idade dos meias. Só talento não basta, ainda mais quando ele não aparece em todo o jogo.

Mourinho foi melhor do que Ancellotti na organização da equipe. Julio Gomes, da ESPN, vai ao encontro da afirmação num belo post que fez sobre o jogo: Chelsea perdeu esse jogo quando demitiu Mourinho.

Ele também diz que a demissão de Mourinho foi causada por uma discussão com John Terry. Terry parece mandar no Chelsea, foi flagrado vendendo tours pelas dependências do clube onde só jogadores deveriam transitar, e nada foi feito. Na briga entre ele e Mourinho, o zagueiro levou a melhor, como parece ter levado a melhor dentro do clube a bastante tempo.



Julio Gomes também fala do Real Madrid, que também tem um dono: Raul Gonzáles. Cicinho apareceu um dia desses falando que o Raul manda nas coisas por lá, e sempre que uma crisa bate no Santiago Bernabéu, ela está relacionada ao Raul e o técnico, se o Raul vai para o banco, ou com o jogador e quem coloca ele no banco, como o complô "anti-brasileiros" da época do Luxemburgo. Felipão já falou que o problema era o Raul, e ele não falaria à toa.

Nem jogador nem técnico tem que mandar no clube. Cada um tem sua função. Jogadores com prestígio dentro do clube tem que perceber que são jogadores, e não diretores técnicos. Do outro lado, o técnico responde à diretoria: achei correta a decisão do Belluzzo de demitir o Luxemburgo quando ele falou que o Keirrisson não joga no time dele: se o jogador estiver no elenco e a diretoria achar que ele pode adicionar, não é o técnico que manda embora.

Aqui no Brasil é difícil ver essas coisas acontecerem. A única história que sei foi a do Inter, depois do Mundial. galo assumiu o time e após uma breve passagem foi demitido. Perguntaram para ele qual era o problema do time, e ele disse: "alguns jogadores acham que são donos do time". A diretoria do Inter encontrou os problemáticos e se livrou deles: Fernandão foi para a Arábia e Iarley foi para o Goiás: deu entrevista chorando, pego de surpresa com a transferência.



Um foco de poder como um capitão prestigiado é problemático, pois o técnico não tem que negociar seus interesses toda hora. Além disso, um jogador desse tipo cria uma facção dentro do elenco, que passa a jogar pelos seus interesses, e não os do clube.

Por enquanto os times com "mandatários" não tem sucesso. Só tem duas formas de acabar com isso: venda ou aposentadoria. Real e Chelsea parecem esperar pela segunda opção, que pode custar muito tempo e dinheiro.

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