terça-feira, 24 de março de 2009

Neymar e a mídia

Acho difícil saber se o Neymar é super-estimado ou não.

A princípio todo mundo falaria que ele é, porque todo mundo fala dele. Mas todo mundo que eu ouço falar dele fala a mesma coisa: "Ele ainda é jovem, pode ser um grande craque mas é preciso calma". Como se não fosse óbvia essa constatação.

A verdade é que sem publicidade ninguém conhece o produto; a mídia fala do Neymar toda hora, mesmo que seja para falar que é preciso ter calma com ele. Se é preciso ter calma, então fala-se uma vez e espera-se os anos ou os fatos para voltar a se falar dele. Mas não, a mídia faz um escarcéu sobre como é "preciso ter paciência", e aí expõe o jogador dezenas de vezes por um dia, sempre falando que ele é exposto demais.

Geralmente a mídia cria a maior parte das polêmicas que ela mesmo acha desnecessária. Lembro quando o Leandro disse que o Palmerias era 60% favorito, por jogar em casa contra o São Paulo, e aí foi uma bagunça, toda mídia falando que o Palmeiras isso, que o São Paulo aquilo, quando na verdade a frase dele foi inofensiva; sem falar que ele pode achar o que quiser.

A mídia é bem imparcial, mas não atua como um corpo só, mas sim com as ramificações, que é cada jornalista/comentarista/narrador separado. Por isso que eles fazem e acham que não fazem, porque não há um compromisso de classe, e (talvez) eles não se dêem conta que a ação individual, com a influência da mídia de massa nos receptores, faz com que, mesmo que a mensagem seja para se ter calma com o Neymar, a repetição dessa mensagem saturadamente por diversos momentos faça com que o Neymar seja super-exposto. Se estivessem falando mal do Neymar, a carreira dele já havia acabado.



A mídia cria a crise, a mídia tira da crise. A sorte é que eles não atuam centralizados, geralmente estão dispersos e têm opiniões conflitantes, porque senão ditariam a maioria dos fatos do mundo do futebol, só com repercussão e interpretação dos fatos anteriores.

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