Fim da Era São Paulo

Sou um desses que acredita que com a saída de Muricy Ramalho, acabaram-se os anos dourados do São Paulo.



Só não descordo veemente da demissão do técnico porque, mesmo com 3 Campeonatos Brasileiros, é possível que fosse a hora do Muricy. Não pela desclassificação da Libertadores, que é normal (por mais que alguns são-paulinos não acreditem), mas por que o clima pode ter deixado de ser o ideal para o trabalho.

Para mim, a demissão do técnico foi a forma da diretoria jogar para o Muricy a sua parte da culpa pela má fase. Hoje, a diretoria do São Paulo, inflada pelos elogios de anos atrás, tenta aparecer de mais onde deveria aparecer de menos, e deixa de fazer o trabalho que deveria nos bastidores.

Aparece não só por ser a diretoria que mais entra em polêmicas nos últimos tempos (briga com a FPF e com o Corinthians), mas porque, sempre quando acurralada, sai do canto da parede falando que o São Paulo tem uma grande infraestrutura, como se só instalações bastassem para o sucesso do time. Desviam do problema, jogando-o sobre técnico e jogadores.

Além disso, o próprio Muricy dá as pistas do mal trabalho da cúpula do São Paulo, no ótimo texto do José Trajano: falta interesse no futebol. Primeiro, por que só pensam na Copa de 2014 e, segundo, porque não fazem as contratações que deveriam fazer.

A falta de contratações do time do São Paulo é aparente. Muricy choraminga do Conga para o Trajano, mas há tempos a diretoria do São Paulo não compra um jogador: só trazem jogadores em fim de contrato, sem ter que pagar ao ex-time destes. Isso não é necessariamente ruim, mas uma política de contratações seguida só com essa tática faz com que o São Paulo fique na mão dos outros times e das possíveis renovações ou não de contrato dos jogadores. Não é de se estranhar que o São Paulo não tenha encontrado o meia que precisava, já que esse tipo de jogador é raro e os times não costumam perdê-los.

A nova preocupação com a Copa do Mundo só tem a agravar os problemas do time, já que a diretoria vai cada vez se distanciar do futebol. Preocupação com a Copa que é puramente para suprir os egos desses diretores, que querem aparecer mais do que deviam, e querem tentar colocar o nome na parte menos importante da história do time.