quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Análises Retroativas

Não é incomum ver comentaristas usando as últimas partidas do time como base para tentar prever resultados de curto e de longo prazo.

Um exmplo dessa semana é a análise do PVC, sobre a possibilidade de uma arrancada no Campeonato Brasileiro:

"Faltam oito rodadas para o final do campeonato. Há oito rodadas atrás, a diferença do Palmeiras para o Atlético-MG era de 3 pontos, e agora é de 4; ao contrário, o Flamengo tirou 7 pontos nas últiams próximas partidas, e só tem que fazer o que já fez para ser campeão".

Ontem saiu na Folha o aproveitamento dos times no segundo turno, e o único time com aproveitamento superior no segundo turno do que no primeiro, entre o "G10" da primeira fase, é o Flamengo.

Palmeiras: 64,9 > 51,5
Atlético-MG: 56,1 > 54,6
Inter: 64,9 > 36,4
São Paulo: 57,9 > 48,5
Flamengo: 48,1 < 66,7.

Isso, de certa forma, vai ao encontro à análise do PVC.

Mas, imaginemos que os times mantenham o aproveitamento do segundo turno nas últimas rodadas, o campeonato acabaria assim:

Palmeiras: 66 pontos
Flamengo: 64 pontos
Atlético-MG: 63 pontos
Cruzeiro: 61 pontos (69% de aproveitamento na segunda fase)
São Paulo: 60 pontos
Internacional: 58 pontos

Não há o que garanta que o aproveitamento dos times será o mesmo, nem em relação às 8 últimas rodadas, nem em relação às 11 últimas rodadas. Os jogos que aconteceram, em relação a resultados (e não futebol jogado), não são base para análises do futuro, não só porque nada garante que as mesmas coisas possam acontecer, mas porque o número de jogos que se pega como base é arbitrário. E aí, no frigir dos ovos, utiliza-se todas as partidas que já aconteceram e a tabela não muda.

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