quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Obina x Maurício e o descomprometimento de um torcedor em relação ao fanatismo de outro

Falei semana passada que não sabemos o que acontece fora do campo de futebol. E também que, uma análise racional faz você abandonar a torcida de um time, porque poucas coisas no mundo são tão irracionais do que torcer por um time de futebol.

Ontem o Palmeiras atirou as poucas chances que tinha de título pela janela, quando Maurício e Obina saíram na porrada:



O fato evidenciou o que Marcos falava há semanas, e que ninguém da grande imprensa conseguiu descobrir: o elenco palmeirense tinha um punhado de jogadores descomprometidos com o time, que não ajudavam a equipe.

Hoje as previsões são do Palmeiras não conseguir ficar entre os 4 primeiros do campeonato, perdendo a vaga da Libertadores. Certamente será um fiasco, considerando a posição do time a algumas rodadas atrás. Mas, para mim, tanto faz.

Não que eu não torça pelo time, claro que torço. Mas para este grupo de jogadores, neste ano, já não me importo. O lance entre Maurício e Obina foi tão estapafúrdio que acabou com qualquer tipo de identificação que eu tinha com o time.

Não dá para perder o tempo com uma time que faz um coisa dessas. Não dá para ser tão irracional assim. Continuarei torcendo, mas até o ano que vem, os resultados não me importam muito - porque se claramente não importa nada para quem joga, não pode atingir quem torce.

Por outro lado, hoje é dia 19 de novembro, no calendário, dia da Bandeira:



Mas no calendário da bola, hoje é aniversário do 40º do gol mil de Pelé.

Impressiona-me a devoção de quem vivenciou aquele momento com a data, seja nos programas ou aqui dentro de casa. Meu pai é fã do Pelé, e há alguns dias vinha falando dessa data tão especial. Conta até, com um pouco de orgulho:

"A filha do primeiro jornalista que falou com o Pelé na hora do milésimo gol estudava na minha classe"


É indiscutível que, para quem viu o Pelé jogar, ele é um ídolo. E eu sinto essa diferença bem forte: eu tenho vários ídolos, mas não sei se comemorarei o aniversário do milésimo gol do Romário, mesmo sendo um dos meus centro-avantes favoritos.



Como tantas mudanças ocorridas no futebol, a idolatria e o fanatismo mudaram também. Não sei nem se meu pai teve uma camisa do Pelé, como provavelmente hoje muita gente tem de jogadores que gostam, com nome e tudo; mas dificilmente o motivo que faz a pessoa comprar a camisa durará quarenta anos depois, com datas marcadas na cabeça.

Tenho a impressão de que antes as pessoas amavam o futebol, e hoje se apaixonam, decepcionam e largam o jogo e seus ídolos. Não acho que há nada de errado, e não serei nostálgico com algo que não vivi, mas hoje, aqui em casa, ficou clara a diferença na apreciação do futebol.

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